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O teu cabelo não nega, Mulata!


Dê uma boa olhada na imagem acima. Não viu nada de errado? Tem certeza? Viu um poste no meio da rua, certo? E o que ele está fazendo lá? Atravessando a rua para bater um papo com um poste amigo?

Isso, na verdade, não importa. O que importa é o preconceito que você demonstrou enquanto estava lendo as perguntas acima. Com 100% de certeza você esteve o tempo todo pensado "poste não anda, então alguém colocou ele ali".

Seremos todos preconceituosos? A resposta da ciência é clara: sim! Muito! o tempo todo! E mais: sem preconceito, não sobreviveríamos!

Nosso cérebro poderia facilmente ser chamado de "uma perfeita máquina de preconceito". Na imensa maioria do tempo, ele trabalha para processar os sinais externos recebidos dos nossos cinco sentidos e mapear estes sinais em algo conhecido. A partir do resultado deste mapeamento, ele decide o que fazer com base nas características deste algo conhecido.

Duvida? Não deveria. Suponha que você está dirigindo seu carro em uma estrada e, ao acabar de fazer uma curva, veja em lados opostos da estrada, uma criança e um poste de iluminação. Primeiro seu cérebro reconhece a criança e o poste e depois ele usa o preconceito para determinar que o poste não se moverá, portanto você não precisa prestar atenção nele. A criança, por outro lado, poderá sair correndo na frente do carro e causar uma situação de risco. Assim, sua atenção se volta para a criança e não para o poste.

Quer você queira ou não, você neste momento foi preconceituoso. E é uma ilusão pensar que o preconceito atua somente nestes casos. Ele atua também, quando estamos caminhando sozinhos a noite em uma rua deserta e temos que decidir em qual lado continuaremos a caminhar. No lado em que está vindo uma pessoa de terno falando ao celular ou no lado em que está vindo um homem mal vestido, descalço e sujo?

Você pode tentar mentir para si mesmo e dizer que não faria diferença, mas acho que você teria dificuldade.

Quais as consequências disso para sua empresa ou sua carreira? Muitas e diversas. Por exemplo, uma pesquisa americana mostrou que CEOs de empresas possuem uma estatura média bem superior à do restante da empresa. O resultado indica, muito além do desvio estatístico, que a altura da pessoa pode estar sendo preconceituosamente associada à sua competência ou capacidade de liderança.

Ainda, diversos estudos demonstram, por exemplo, a disparidades na proporção da participação de diversos grupos de gênero, religião, cor e outros na população em geral e em empresas de tecnologia do vale do silício. Atualmente, estão sendo frequentemente debatidas as inexplicáveis diferenças entre os salários de homens e mulheres em quase todos contextos profissionais.

Mas, se é impossível nos livrar dos preconceitos, estamos condenados? Zéfini? Em minha opinião, depende de como reagirmos a isso.

O preconceito é um fato e não temos como nos livrar dele. Mas a própria consciência deste fato, e não a tentativa de negação, nos dá a arma para amenizarmos seus efeitos.

Tenha sempre em mente, toda vez que estiver para contratar ou promover alguém, que você é preconceituoso, e você tenderá a pré-julgar involuntariamente os candidatos de acordo com características (físicas, etc) que não possuem qualquer relação com os objetivos do julgamento.

Se você nunca se esquecer disso, estará começando a trilhar o caminho para decisões mais equilibradas e para nos ajudar em direção à uma sociedade mais justa.

E você? Se acha preconceituoso? Acha que consegue escapar desta armadilha do cérebro?

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